11.21.2006

HDR - High Dynamic Range

Um dos grandes problemas da fotografia, em especial da fotografia digital, é conseguir no mesmo fotograma ter informação nas altas luzes ( os pontos mais claros da imagem ) e nas altas luzes ( os pontos mais escuros ).
Praticamente toda a gente que já tirou fotografias, já se deve ter perguntado " que é que raio aconteceu ao céu? ", quando num belíssimo dia de céu azul, tira uma fotografia a um amigo e o céu aparece completamente branco.
Pois é, basta que o tema principal da fotografia ( aquele para onde apontamos a máquina, e onde o fotómetro vai ler a luz reflectida ) esteja mais escuro ( à sombra, ou em contra luz ) para que a máquina ( caso esteja em modo automático ) abra imediatamente o diafragma ou tenhamos nós próprios que o fazer, e ao fazer esta correcção de exposição para o sujeito, o céu sendo por si extremamente luminoso vai ficar queimado e portanto, branco na fotografia.

O mesmo se passa em situações com bastantes zonas de sombra e pontos luminosos. Estou a lembrar-me por exemplo de fotos em zonas com arvores. Ou seja, temos zonas de sombras devido ás folhagens, e pontos de luz onde os raios de sol passam directamente. Ou temos os nossos amigos com manchas escuras na cara ( zonas de sombra escuras e o resto bem exposto ), ou cheios de manchas claras ou brancas ( zonas de sombra correctas, altas luzes sobre-expostas).

Ou seja, a gama dinâmica não é nada mais nada menos que a latitude de exposição que temos, entre o ponto mais escuro e o ponto mais claro.

Na fotografia analógica, o "peso-pesado" em relação a gama dinâmica é sem duvida o filme a preto e branco, que com uma boa exposição original e um bom trabalho de laboratório usando mascaras para controlar zonas de exposição, conseguimos ir buscar informação na ordem dos 10 stops de diferença. Depois temos o filme de cor que é muito menos perdoável, e o slide que então não perdoa mesmo nada, não permitindo grandes correcções de exposição.

No digital, à priori este problema tem sido uma constante, especialmente para quem fotografa no formato JPG. Não me vou alongar muito no assunto, mas o ficheiro JPG estando limitado a 8bits por canal, só permite 256 tons diferentes em cada canal ( Vermelho, Verde, Azul ), que combinado dá acima dos 16 milhões de cores e permite imagens fabulosas, mas que em contra partida não deixa muito espaço de manobra para correcções.
Portanto, qual é a solução? Bem... enquanto os fabricantes não lançarem sensores digitais com potencialidade HDR a preços acessíveis, o que podemos fazer é tirar o máximo partido de toda a informação que o nosso sensor nos dá.

Para começar, nada melhor que começar a fotografar em formato RAW, que permite valores cima dos 8bits por canal, no meu caso com a Canon 10D dá-me 12bits (para outras máquinas é uma questão de pesquisar no www.dpreview.com ) , 12 bits dá 4096 niveis diferentes por canal, o que dá um total de 68 biliões de cores (68719476736 ) mais uns trocos.
Isto é muito mais do que o olho humano consegue ver, por isso, a imagem não nos parece visualmente diferente do que a que temos no JPG, o que temos é mais margem de manobra para ir buscar informação onde ela aparentemente não existe.

Com isto podemos começar a produzir imagens com uma maior gama dinamica, manipulando os extremos do nosso ficheiro RAW. Para termos soluções dramaticamente superiores, podemos inclusive tirar várias fotografias com exposições diferentes e combina-las todas.
Existe várias técnicas para fazer isto, mas o melhor método com que eu já me deparei, é o explicado neste tutorial: http://petemc.net/hdr-guide/#new

Isto será algo que eu vou começar a aplicar no meu workflow, e assim que tiver imagens significativas coloca-las-ei aqui para que as possam ver.

Entertanto se quiserem ler mais coisas sobre o assunto, podem começar por estes links:
http://www.cybergrain.com/tech/hdr/
http://en.wikipedia.org/wiki/Photographic_film
http://www.dpreview.com/learn/?/Glossary/Digital_Imaging/Dynamic_Range_01.htm

Sem comentários: